terça-feira, 14 de setembro de 2010

Mas já? Jamais.

Já escrevi bons textos, bem diferentes deste que vos segue
Mas quem precisa de hipérboles quando o óbvio é o que se passa?
Já ouvi música ruim que falava por mim e, então, cantei e declamei
Mas, na boa, não preciso de rótulos quando estou vulnerável
Já agi contra minha vontade e com quem não me queria bem.
Mas o prazer das coisas está em fazer o mais difícil valer a pena
Já fiz o que não gosto para convencer quem não gosta de mim
Mas, ao menos, trouxe base aos meus conceitos e ideais
Já usei muita coisa e joguei minha saúde e dignidade no lixo
Mas percebi que livre e solto sou quando bebo leite entre amigos
Já me afastei de Deus, buscando tudo pela minha própria força
Mas Ele se manteve sempre perto de mim, alertando e cuidando
Já errei e fiz errar; persisti e, talvez, continue assim por longos dias
Mas, sinceramente, remorso sinto pelo que deixei de fazer
Já chorei por uma noite inteira, crendo que tudo havia acabado
Mas vi a alegria raiar ao amanhecer, trazendo novo brilho e paz
Já me entreguei de corpo e alma, acreditando que tudo seria eterno
Mas aprendi que a durabilidade das coisas independe (só) de mim
Já acreditei em destino, me enganando pra amenizar alguma dor
Mas a dor maior está em não dar rumo aos seus próprios sonhos
Já fugi do amor por conveniência, tentando ser livre pra mim mesmo
Mas pra que olhar para o ego, se tem alguém que me faz feliz?
Já senti ódio, a tal ponto de derramar lágrimas em prol disso
Mas percebi que de ódio nada tinha, o amor imperava naquilo
Já amei e amei... Continuo a amar e assim segue a minha sina.
Mas... Mais nada.